Dança Coral Origens II na XXI Bienal Internacional de São Paulo - Parque Ibirapuera. São Paulo - SP - Brasil. 1991.

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A exposição virtual “Maria Duschenes: expressão da liberdade” é dedicada a compartilhar a história e o legado deixado pela bailarina, coreógrafa e educadora Maria Duschenes, que influenciou gerações de bailarinos, coreógrafos, professores, psicólogos, terapeutas, pedagogos, atores, artistas plásticos, músicos, entre outros. Criadora de uma metodologia própria, acreditava que qualquer pessoa chegaria a um corpo expressivo pela Arte do Movimento.

Esta exposição apresenta uma linha do tempo com informações históricas da vida e da carreira de Duschenes, relacionadas a acontecimentos do Brasil e, especificamente, da cidade de São Paulo, ilustradas por itens de acervo (fotos, documentos e vídeos). O contato com o legado deixado pela artista se dá pelos depoimentos de ex-alunos e familiares, que compartilham suas memórias sobre a artista. Por fim, é apresentada uma bibliografia na qual temas abordados por esta exposição são aprofundados.

Nascida em 26 de agosto de 1922 em Budapeste, na Hungria, Maria Duschenes iniciou sua formação em dança aos 11 anos de idade na escola de Olga Szentpál (1895 - 1968), pioneira da dança moderna húngara. Nesta ocasião, teve contato com o método Dalcroze Eurhythmics, criado pelo músico suíço Emile Jacques Dalcroze (1865 - 1950), era fundamentado nos ritmos corporais relacionados com o pensamento e o movimento corporal. Esse sistema de ensino influenciou outros grandes bailarinos e coreógrafos, como Rudolf Laban (1879 - 1958), Mary Wigman (1886 - 1973), Hanya Holm (1893 - 1992), Kurt Joos (1901 - 1979), Yanka Rudska (1910 - 2008), Renée Gumiel (1913 - 2006).

Aos 15 anos de idade, Duschenes iniciou seus estudos em dança clássica com Aurel von Millos (1906 - 1988), que à época era coreógrafo assistente no Teatro Nacional de Budapeste, na Hungria. Em seguida, foi para a Inglaterra estudar na Jooss-Leeder School of Dance, localizada em Dartington Hall. Considerada um centro das artes, a escola oferecia um amplo currículo com técnicas de improvisação, Eucinética, sequências na barra, relaxamento, conscientização, maquiagem, Labanotation, iluminação, percussão, música, teatro e artesanato, e ainda possibilitou o contato de Duschenes com grandes nomes da dança, como Kurt Jooss (1901 - 1979) e Sigurd Leeder (1902 - 1981). Em consequências aos bombardeios no início da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), a Jooss-Leeder School of Dance foi fechada e, em 1940, Duschenes partiu para o Brasil com uma formação arrojada em sua bagagem.

Em São Paulo, Duschenes começou a ter contato com a dança moderna de outros expoentes, como Chinita Ullmann (1904 - 1977), Kitty Bodenheim (1912 - 2003) e Vaslav Veltchek (1897 - 1967), Maria Olenewa (1896 - 1965), Yanka Rudzka (1916 - 2008), Renée Gumiel (1913 - 2006) e Ruth Rachou.

Casou-se aos 20 anos com o seu grande parceiro de vida e arte, Herbert Duschenes (1914 - 2003), com quem dividiu produções cênicas. Contraiu poliomielite aos 22 anos e, graças aos ensinamentos sobre consciência corporal adquiridos em Dartington Hall, superou as piores sequelas da doença e nunca deixou de atuar na área da dança.

Enriquecendo ainda mais seus conhecimentos, estudou com a mestra Lisa Ullmann (1907 -1985), parceira de Laban e com Doris Humphrey (1895 - 1958), com Martha Graham (1894 -1991), José Limon (1908 - 1972) e Merce Cunningham (1919 - 2009).

A contribuição de Maria Duschenes para a história da dança é imensurável. Foi a responsável por trazer ao Brasil a Teoria do Movimento de Laban, e o método Dalcroze Eurhythmics. Como educadora, valorizava o repertório de movimento de cada aluno, num ambiente de pesquisa propício à criatividade para novas buscas. Introduziu a dança educativa nas bibliotecas públicas infantojuvenis e em outros espaços, através do projeto Dança/Arte do Movimento, para crianças e funcionários públicos, encampado por dez anos (1984 - 1994) pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC) de São Paulo. Duschenes ocupou com sua dança lugares inusitados, como igrejas, praças, estacionamento, parques e outros. Realizou danças corais com grandes grupos de crianças e adultos com a participação dos grupos de professores formados por ela, culminando em eventos coletivos harmônicos e de uma beleza singular.

O legado de Maria Duschenes é como o mar: sem fim e sempre em movimento.

Maria e Hebert Duschenes no aniversário de 40 anos de Herbert, em sua residência no Sumaré. São Paulo - SP - Brasil. 1954.

Década de 1940 - Dança de Maria Duschenes

Década de 1940 - Hands - Dança de Maria Duschenes

1949 - Campos do Jordão: uma interpretação pela dança e fotografia de Maria e Herbert

Década de 1960 - Aula de Dança para crianças de Maria Duschenes

Década de 70 - Aula com Silvia Duschenes Nader

1971 - Espetáculo Cinético Mixed Media

1974 - Curso de Expressão Corporal na Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo

1977 - Aula de Maria Duschenes para turma de adultos que se reunia às quintas-feiras

1978 - Espetáculo Magitex

1978 - Curso com Lisa Ullmann no Brasil - Teatro de Dança Galpão

1979 - Dança Coral comemorativa do Centenário de Rudolf von Laban (ensaio com profa. Solange Arruda)

1979 - Dança de Denilto Gomes em Domo Geodésico

Década de 80 - Dança de Silvia Duschenes Nader no MAM

1989 - Dança Coral o Navio da Noite

1990 - Dança Coral Origens I

1991 - Dança Coral Origens II

1999 - São Paulo Dança Moderno - Evento no SESC Pinheiros

2014 - Legado - Grupo de Improvisação de Movimentos Maria Duschenes

Família Duschenes reunida. No canto direito, Herbert e Maria; à esquerda, Ronaldo, filho do casal. Montreal - Canadá. 1951.
Maria Duschenes em sua sala de dança no Sumaré. São Paulo - SP - Brasil. Foto de K.K. Alcovér.
Maria Duschenes posando para Herbert Duschenes. São Paulo - SP - Brasil. Década de 1940.

Idealização, curadoria e produção: MUD - Museu da Dança e Maria Mommensohn

Pesquisa e textos: Simone Alcântara

Estagiárias: Isadora Dieb (catalogação) e Tatyana Carla (catalogação),

Taciana Vaz (revisão de textos)

Gravação e edição dos vídeos: Rafael Petri

Fotos: Herbert Duschenes, K. K. Alcovér, Marinez Maravalhas, Normet Piola, Sérgio Sandler e Sossô Parma

Auxílio na identificação dos vídeos e fotos: Acácio Vallim Jr., Analivia Cordeiro, Cybele Cavalcanti, Cilô Lacava, Patricia Noronha, Renata Macedo, Silvia Duschenes e Solange Arruda.

Webdesign e inteligência do site: Dracco Publicidade

Convidados entrevistados (depoimentos): Acácio Vallim Jr., Ana Terra, Analivia Cordeiro, Antônio Delfino, Beto Martins, Cássia Navas, Cecília Pellegrini, Célia Gouvêa, Analivia Cordeiro, Cilô Lacava, Cybele Cavalcanti, Daniel Duschenes, Daniela Stasi, Daraina Pregnolatto, Dinho Nascimento, Doju Dinajara Freire, Dulce Maltez, Henrique Schuller, Janice Vieira, Jéssica Portella, Joana Lopes, Joya Eliezer, Karen Muller, Lala Deheinzelin, Lia Robatto, J. C. Violla, Marcelo Villares, Maria Mommensohn, Mariana Muniz, Marta Tereza Labriola, Mira Wajntal, Miriam Dascal, Nininha Araújo, Odete Machado, Patrícia Noronha, Renata Macedo, Rogério Migliorini, Ronaldo Duschenes, Rosana Marioto, Silvia de Ambrosis Pinheiro Machado, Silvia Duschenes, Solange Arruda, Sonia Silva, Tarsicio Tatit Sapienza, Uxa Xavier e Yolanda Amadei

Agradecimentos:

À família Duschenes, nas figuras de Daniel, Ronaldo e Silvia, pela doação do acervo de D. Maria e pela grande contribuição para construção desta exposição.
À Maria Mommensohn e Zé Renato pelo convite e confiança para realização deste trabalho.
À Julia Giannetti pela contribuição de sua pesquisa de mestrado sobre Maria Esther Stockler, a quem D. Maria foi parceira.
À Prefeitura do Município de São Paulo/ Secretaria Municipal de Cultura e também ao Centro Cultural São Paulo/ DADOC/ Arquivo Multimeios, pela disponibilização do acervo e atendimento às nossas solicitações.
Ao Núcleo de Fomento à Dança e toda sua equipe pelo brilhante trabalho e acompanhamento do projeto.
Ao Goethe-Institut São Paulo, na figura de Paulo Pina, por cederem alguns itens de seu acervo.
Ao Núcleo Morungaba e sua diretora Renata Macedo, pela doação de acervo e atenção em todo processo de pesquisa.
À EDASP – Escola de Dança de São Paulo, ao Estúdio Ruth Rachou, ao Itaú Cultural, à Livraria Cultura, à PUC - Pontifícia Universidade Católica e à Universidade Anhembi Morumbi por cederem seus espaços para gravação de algumas entrevistas.
Aos fotógrafos - K. K. Alcovér, Marinez Maravalhas, Normet Piola, Sérgio Sandler e Sossô Parma - que gentilmente cederam suas imagens para compor esta exposição.
Ao Grupo de Improvisação de Movimentos Maria Duschenes, pela dedicação à este projeto.
À Cilô Lacava, Lala Deheinzelin, Marta Tereza Labriola, Miriam Dascal, Patrícia Noronha, Rosana Marioto, Solange Arruda e Sonia Silva pela doação de seus acervos pessoais e auxílio na pesquisa.
E a todos os ex-alunos de D. Maria, que gentilmente cederam seus depoimentos para preservação da história da dança brasileira.

Esta exposição foi realizada a partir do convite de Maria Mommensohn para integrar o projeto “Vescica Piscis” contemplado pelo 18º Edital de Fomento á Dança da cidade de São Paulo.