Anunciaram os jornais, em 26 de janeiro de 2020, que Maria Glória, pros amigos Magô ou Magó, foi encontrada sem vida, numa mata em Mandaguari, Paraná, próxima a uma cachoeira. As investigações ainda inconclusas afirmam que ela foi asfixiada e que seu corpo trazia sinais de provável violência sexual. Ela tinha 25 anos. Era bailarina. Era natural de Maringá e atuava profissionalmente na dança em São Paulo desde 2008, quando ingressou na Cia Pavilhão D. Atuou também junto a diferentes companhias de dança contemporânea da cena paulistana, como Cia. Carne Agonizante e Núcleo Improvisação em Contato.
Magô era um ser de vida, era um ser dançante, era capoeirista e era uma lutadora. Segundo o depoimento de sua família, que ficou ao lado de seu corpo no local em que foi encontrado por 5h até a chegada do IML (Instituto Médico Legal), as marcas que ela trazia eram marcas de luta. Ela lutou pela sua vida, lutou pelo direito de ser mulher, lutou pelo direito de ser livre.
Artistas e amigos acreditam na importância de ir além do sentido trágico do ocorrido, de reconhecer em que dimensão Magó permanece e é viva em todos, compreender que essa luta é presente e não está perdida. Esse é um chamado.
Sete cidades terão atos organizados por mulheres e artistas, de forma autônoma e espontânea em repúdio à violência de gênero e em memória daquelas que morreram por serem mulheres.
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