Poemas Atlânticos - Teatro Flávio Império

por COLETIVO MENOS1 INVISÍVEL

espetáculo | Todos os estilos de dança

21 e 22/8 (sábado e domingo), 16h – apresentações virtuais

Teatro Flávio Império

www.facebook.com/teatroflavioimperio/

Classificação indicativa: 16 anos.

Gratuito


Com “Poemas Atlânticos”, coletivo Menos1 Invisível dança manifesto-utopia para novas formas de habitar o mundo                                                                                           

“Poemas Atlânticos”, nova criação do Menos1 Invisível - Núcleo de Dança, inspirada no pensamento do ensaísta, filósofo e poeta martinicano Édouard Glissant - especialmente no livro "Poética da Relação" (2011) -, para abordar a necessidade de trânsito e cooperação inter-racial como forma de sobrevivência num mundo hostil ao diferente, estreia em temporada de 15 a 18 de julho (quinta a domingo), sempre às 21h, com transmissão direta pelo canal do Youtube do Centro de Referência da Dança de São Paulo – CRDSP  https://www.youtube.com/c/CRDançaSP/   .

As discussões sobre imigração forçada, necropolítica e direitos humanos iniciadas em torno da obra “Navio Negreiro” (1840), do pintor pré-impressionista Willian Turner, que corajosamente denuncia o descarte criminoso de milhares de pessoas africanas escravizadas no século 19, também foram motor para o aprofundamento da pesquisa de criação.

“Poemas Atlânticos” traz à tona uma crítica à criação de muros – reais ou abstratos – e o desejo de celebrar a vida e a coexistência.  Por meio da metáfora poética do Mar, desde as águas primevas, líquido amniótico de onde todos viemos, até a imensidão e mistério oceânicos para onde voltaremos, o elenco, composto por artistas pretos e brancos, idealiza e provoca um ‘pensamento utopia’ de habitar o mundo e fecundá-lo de imaginação para fazer caber a circularidade, a africanidade e outras cosmopercepções.

Entre travessias, passagens e transformações, o processo de criação sinalizou um gesto de apropriação de fala e de desconstrução de discursos eurocêntricos e coloniais presentes no corpo, na cena e nas relações de poder cotidianas.  “Escolhemos encarar e imergir nesses mares afro-atlânticos, em nossas histórias pessoais, incômodos e anseios relativos à ideia de africanidades e ancestralidades. Um movimento mais ao sul que, entretanto, não foge de novas fricções e conflitos”, pondera Cléia Plácido, que dirige e também integra o elenco do espetáculo.

Elementos poético-cenográficos, como o balde que, sobre a cabeça, remete à reminiscência da lata d'água tão presente nos sertões do mundo afro-atlântico e nas lembranças de infância periféricas, representam as relações de poder, subjugação e ausência, mas também revelam outras presenças e memórias que ecoam vitalidade, pertencimento e resiliência.

Em cena, os sete bailarinos-criadores – Edi Cardoso, Felipe Cirilo, Mônica Caldeira, Paulina Alves, Rafael Carrion, Rafael Markhez e Cléia Plácido – contam com Hernandes Oliveira na criação da luz, Sandra-X e Valquíria Rosa, com participação de Pedro Peu, na composição da trilha sonora, e figurinos assinados por Samara Costa. Durante o processo de criação, tiveram Wellington Duarte como provocador dramatúrgico e Eduardo Fukushima e Pedro Peu na preparação corporal.

O espetáculo, que integra o projeto "Mergulho'', contemplado pela 28ª Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança, seguirá em temporada ainda em julho (de 22 a 25), transmitida pela plataforma da Oswald de Andrade/Oficinas Culturais do Estado, e em agosto (dias 21 e 22), com apresentações presenciais, no Teatro Flávio Império.


Menos1 Invisível

Surgimos em 2012, com a proposta de investigar de maneira lúdica e colaborativa procedimentos artísticos que integravam corpo, imagem e sonoridades com o encontro inicial entre o músico Luis Vitor Maia, o artista visual Daniel Freitas e a bailarina Cléia Plácido.

Em 2013, apresentamos “Passeio Dentro da Paisagem”, criação inspirada pela cena "Corvos", do filme de Akira Kurosawa, nas Mostras de Dança da Fábrica de Cultura Jd. São Luís, Festival Baixo Augusta, 6ª Mostra Lugar Nômade de Dança e Projeto Proart,  em versões solo, duo e trio, com colaborações do músico Marcos Battistuzi e dos bailarinos Evandro Gonçalves, Pedro Penuela e Tatiane Ramos.

Em 2014, enquanto artistas residentes do ARARA, criamos, em parceria do artista visual Daniel Seda, “Turning Dance”, nosso primeiro experimento sobre as obras de Willian Turner. Na Ocupação da Casa Amarela, realizamos intervenções artísticas e os vídeosdança “Dança na Casa Amarela” 1 e 2. Em setembro de 2017, realizamos Residência Artística no E.T.A., do SESC Itaquera, com intervenções e performances para crianças e adultos. 2018 foi o ano de “Flutuante”, sob a direção de Luísa Coser, no Centro de Referência da Dança. Em 2019, estreamos, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, o segundo espetáculo inspirado na obra de Willian Turner, “Zona”, também dirigido por Luísa Coser, dentro do projeto “Naufrágios”, contemplado pelo 25º edital de Fomento à Dança SP, depois apresentado no Centro de Referência da Dança, na Funarte/SP e na Mostra Dança se Move Ocupa.


Ficha Técnica

Concepção, direção geral e artística: Cléia Plácido 

Artistas da dança e co-criadores: Edi Cardoso, Felipe Cirilo, Mônica Caldeira, Paulina Alves, Rafael Carrion, Rafael Markhez e Cléia Plácido.

Provocações dramatúrgicas: Wellington Duarte

Preparação corporal: Eduardo Fukushima e Pedro Peu 

Trilha sonora: Sandra-X, Valquíria Rosa e participação de Pedro Peu 

Desenho de Luz: Hernandes Oliveira

Figurino: Samara Costa 

Produção: Dafne Nascimento e Kelson Barros