Corpos Octópodes

por Laboratório Siameses

Encontro | Todos os estilos de dança

As aulas serão três turmas presenciais:

Segunda/quarta/sexta, das 10h às 11h30.

Local: Oficina de Atores Nilton Travesso

R. Capote Valente, 667 - Pinheiros, São Paulo - SP, 05409-002

10 vagas por turma

De 14/06/2021 até 28/02/2022


Encontros convergências:

Toda última quinta feira do mês

A partir de julho.

Local: teatro Cacilda Becker

Total: 9 encontros .


Contemplado pelo 29º edital de Fomento à Dança de São Paulo, o Laboratório Siameses  inaugura  nova fase com o projeto Corpos Octópodes, que engloba três obras inéditas - Da Natureza da Besta, Moscas de Fogo e Nas bordas daquilo que se fura-, além da série de encontros Convergências e aulas de preparação corporal voltadas para o público geral, com direção artística de Maurício de Oliveira e direção geral de Clayton Santos Guimarães (Tono). Em constante inovação e produção mesmo durante a pandemia, o grupo, que tem 15 anos de atuação em território paulistano, repensa a forma de produzir dança e se coloca como um ambiente de experimentação da linguagem artística. 

Sustentado pela tese de partilha criativa, o projeto reúne mais de 60 profissionais, com nomes já consolidados no cenário artístico nacional como Ester Laccava e Alejandro Ahmed e artistas ascendentes, e cada um tem uma posição ativa enquanto criador e propositor. “Nos últimos dois anos, tornou-se latente a necessidade de repensar a forma de produzir dança contemporânea na companhia. Decidimos então  abrir as portas para novos colaboradores que pudessem trazer para dentro dela suas próprias pesquisas e assim, crescer conjuntamente. Esse ambiente de experimentação e mobilidade nos fez perceber que a própria ideia de companhia precisava de mudanças. Assim, escolhemos o conceito  de um espaço de experimentação de linguagem mais horizontal: o Laboratório Siameses”, comenta Tono.

A primeira consequência dessa nova estrutura é a série de encontros mensais Convergências. Ao longo de nove edições, os colaboradores do projeto se reúnem para criar uma experiência única de partilha (oficinas, masterclasses, bate-papos, etc.) a partir de seus interesses comuns, suas pesquisas e questões criativas. Abertas ao público, as reuniões têm como principal objetivo aproximar os espectadores ao cotidiano da criação e dos bastidores do espetáculo. 

Mantendo o espírito de aproximação, o Laboratório oferece a formação continuada aos interessados em estudar corpo e movimento, ministrada por Maurício de Oliveira. As aulas oferecem ferramentas de alteração da consciência corporal, alinhadas à reorganização por meio da Yoga e da Técnica de Alexander e têm o intuito de contribuir para a construção da linguagem autoral de atores, bailarinos e demais interessados em compreender as potencialidades do corpo. “Durante nosso processo de pesquisa e de reestruturação, percebemos os benefícios de um processo continuado na dança. Então, ao longo de um ano, vamos explorar as potencialidades expressivas do corpo em movimento e estimular a autoconsciência corporal dos participantes”, comenta Oliveira. 


As três faces de Corpos Octópodes

Trazendo referências que vão dos pensadores Peter Sloterdijk e sua Trilogia das Esferas, Byung Chul-Han e Hans U. Gumbrecht, aos trabalhos de Emir Kusturica, Emerson Munduruku/Uyra Sodoma, Dzi Croquettes e Nina Hagen, Corpos Octópodes apresenta três capítulos de uma história sobre o afeto e a capacidade de compreender o outro.

Da Natureza da Besta abre esse novo caminho da Siameses com um solo de dança que desliza por variadas linguagens artísticas. Marcando o retorno de Maurício de Oliveira aos palcos após sete anos afastado, o trabalho surge como uma reflexão sobre sua vida enquanto um artista de 54 anos, negro e vivente de um tempo que urge por um futuro regido pela vida, não pela sobrevivência. Para a direção, foi convidada a atriz e diretora Ester Laccava, que possui um trabalho de mais de vinte anos com processos de construção dramatúrgica e pesquisa autobiográfica. A light artist Mirella Brandi é responsável pelas influências da luz no espetáculo, o musicista Muepetmo explora a interação entre luz cênica e ambientes sonoros e o artista visual e designer Ronaldo Fraga assume a pesquisa e criação de figurino da primeira obra. 

Moscas de Fogo é um espetáculo-show, inspirado no livro ‘A Sobrevivência dos Vagalumes’ de Georges Didi-Huberman. Referência a uma citação de Pier Paolo Pasolini, em que os artistas são como vagalumes, capazes de iluminar mesmo a noite mais escura,  vem como  uma homenagem às artes e àqueles que se dedicam a ela. “Durante a pandemia, os artistas foram os primeiros a parar e provavelmente serão os últimos a voltar a trabalhar. Por outro lado, sem as produções artísticas, o processo de isolamento seria extremamente perturbador”, reflete Tono. No espetáculo, a dança se enlaça com a música para compor um quase-musical sem regras.  A criação e direção são de Maurício em conjunto com os bailarinos Gabriel Tolgyesi, Grazielly Perdiz, Juarez Moniz, Maria Basulto e Rebecca Tadiello. Com figurinos da designer Adriana Hitomi e projeto de luz do light artist, performer e ativista Paulo Fluxus, a apresentação ainda guarda surpresas a serem reveladas nos próximos meses.

Nas Bordas Daquilo Que Se Fura encerra a trilogia de espetáculos e discute as estruturas que procuram continuamente formatar nossa relação com o corpo, desqualificar a diferença e nos fechar em bolhas. Trazendo as relações de poder acerca do corpo para o centro das reflexões, o trabalho retoma a pergunta que guia todo o projeto, o estar-junto, para apontar para um caminho revolucionário: o mimo como princípio para uma sociedade da leveza, um espaço de solidariedade que dariam lugar a bolhas cada vez menores, porém juntas. Em Nas Bordas, Maurício de Oliveira se junta a Danielle Rodrigues e Marina Salgado como intérpretes, sob direção do renomado coreógrafo Alejandro Ahmed. O trabalho conta ainda com a criação musical do cantor, guitarrista e compositor estadunidense Arto Lindsay.

Com Corpos Octópodes, o Laboratório Siameses convida todos a deixarem suas bolhas de lado para buscar uma forma de criar-junto, de construir algo em cima do improvável, de terrenos inseguros e usar dessa instabilidade para se reencontrar com os efeitos subversores da arte. 

  • De 14/06/2021 até 28/02/2022
  • Segunda-feira: 10:00 - 11:30
  • Quarta-feira: 10:00 - 11:30
  • Sexta-feira: 10:00 - 11:30
  • Entrada gratuita
  • livre
  • Website: https://www.instagram.com/laboratoriosiameses/
  • Local: Oficina de Atores Nilton Travesso e Teatro Cacilda Becker
  • Endereço: Oficina de Atores Nilton Travesso e Teatro Cacilda Becker,
  • Acessibilidade: Não